sexta-feira, 27 de abril de 2012

Sobre a Produção Textual de uma Crônica

Atenção, colegas professoras e professores de Língua Portuguesa! Segue sugestão de aula, aplicada hoje na turma onde estou estagiando (2º ano do Ensino Médio - EEEM Caic Madezatti).

Obs.: Os jovens deveriam criar um final para a crônica. O que segue abaixo, em amarelo, é o final que eu criei. Mostrei para a turma, após todos entregarem seus trabalhos. Serviu para descontrair. Mas é só uma sugestão...

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EXERCÍCIO DE PRODUÇÃO TEXTUAL
(Gênero: Crônica)

O texto abaixo foi adaptado de uma produção em sala de aula de estudantes do 2º ano (Ensino Médio). O exercício consiste em escrever um final para a crônica. Mas atenção: que o final seja o mais inusitado possível. A ideia é trabalhar a criatividade.


CRÔNICA SOBRE O INTERNETÊS

Ontem à noite, como de costume, estava navegando pelas redes sociais. Entre tantas postagens, vi uma bem interessante sobre o grenal. Resolvi compartilhar com os amigos de um chat, sem imaginar que iniciaria uma discussão:
– Timinho de fdp!
– Vcs vão perder!
– Entaum vamu vê!
Enquanto o bate-boca seguia, eu pensava: Por que será que se fala tão errado na internet?
Na escola, sempre tirava notas baixas em português. Era um tal de escrever/falar “discursão”, “enterte”, “pra mim fazer”, “partilera”, “eu truxe”, “tu vai” (ou pior: “tu vai í lá”)... Tinha até um professor que ironizava quando eu erguia a mão: “Aonde mim vai agora?” Resultado: cresci intolerante a tudo o que foge da língua padrão.
Um desses meus colegas de chat quis me convencer, outro dia, que o importante é se comunicar. Falou, inclusive, para eu pesquisar o tal de INTERNETÊS. Joguei no Google e vi que existem até grupos de discussão sobre isso. Um “professor” disse que não existe jeito certo ou errado de escrever. O que existe são linguagens apropriadas para cada momento. Papo furado.
Não me levem a mal, eu não gosto de tudo certinho, não sou nenhum CDF. Mas é que levei tanto xingão na escola... e agora vem alguém me dizer que é certo escrever “pq” em vez de “porque”? Não, eu não consigo aceitar tanta abreviatura, palavras escritas de forma errada e gírias forçadas. Quando eu sair daqui...
Esperem! Tem alguém batendo na porta:
– Pois não? Ah, sim, Doutor! Entre!!!
– Professor, está tudo bem?
– Tudo, Doutor! Mas o Sr. parece preocupado. O que houve?
– Teremos que transferi-lo, professor! Lamento, mas como não houve melhora...
– Eu não sou louco, Doutor! Por favor, me ajude...
*E, assim, transferiram para outro sanatório o professor que enlouqueceu quando recebeu um novo livro didático, onde se dizia que não existe uma linguagem correta; o que existe são linguagens apropriadas para cada situação do dia-a-dia. A propósito, o internetês é uma delas.

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